Simplificar a escolha
No post anterior "Porque
pode haver diferenças no consumo de um vinho", já abordámos algumas questões
relacionadas com as ideias que aqui vamos deixar e que esperamos possam ajudar
os iniciados a escolher o vinho adequado para uma dada refeição.
O nosso
objectivo é simplificar tanto quanto possível a tarefa, sem preocupações de
profundidade ou erudição, apontando para aquilo que genericamente é aceite,
pela maioria dos especialistas, como regras a observar.
O mesmo adjectivo, a mais simples das regras
Uma regra,
que pode facilmente memorizar, é a de que se puder aplicar o mesmo adjectivo
para qualificar a comida e o vinho, estará provavelmente a fazer a combinação
acertada. Como exemplo, se o vinho é forte e a comida também, então a
combinação será naturalmente adequada.
O problema
aqui será qualificar o vinho, já que com a comida temos uma maior experiência e
mesmo sem a vermos, sabemos logo se é leve, pesada, doce, amarga, salgada ou
picante, devendo a combinação fazer-se com a predominante.
Assim, para
quem não tem experiência na degustação de vinho, vamos tentar dar algumas
pistas, partindo das castas mais comuns em Portugal, para conseguirmos um efeito
semelhante, reduzindo, drasticamente, as combinações a memorizar.
Problema com a identificação das castas
O problema
com as castas é que elas podem ter diferentes designações, de acordo com as
regiões, ou países, o que dificulta muito a tarefa de quem está a tentar fazer
a interpretação.
A título de
exemplo, a casta Tinta Roriz, pode ser também denominada em Portugal por
Aragonês e em Espanha por Tempranillo. Algumas castas, como a Pinot Grigio, terão
dezenas de designações e até a muito portuguesa Touriga Nacional, é também
conhecida, entre outras, por Tourigo Antigo e Tourigo.
Dificuldade acrescida com os vinhos de lote
Embora sejam
cada vez mais frequentes os vinhos feitos com uvas de uma só casta, normalmente
um vinho é produzido a partir de várias castas, o que acrescenta dificuldade a
este processo, por mais que gostássemos de o manter simples.
Acresce que
algumas castas não têm praticamente nenhuma versão de vinho monocasta, uma vez
que são usadas, quase exclusivamente, para combinar com outras, produzindo
vinhos mais equilibrados.
Apesar de
todos os problemas e com todo o cuidado que merecem as nossas dicas,
acreditamos que podem ser úteis aos iniciados, pelo que as passamos a
apresentar.
Sugestões de combinação de castas e comidas
Exemplos para
vinhos brancos:
- Champanhe (salgados; aperitivo)
- Pinot Grigio (pratos de marisco leves; aperitivo);
- Chardonnay (peixes gordos; marisco com molhos trabalhados com manteiga);
- Alvarinho (frutos do mar; mexilhões; polvo; bacalhau);
- Arinto (carnes brancas; marisco);
- Encruzado (marisco; risotos; peixe).
- Malbec (suficientemente encorpado para comidas muito picantes, feitas no forno ou grelhadas; carnes vermelhas; costeletas de carneiro);
- Pinot Noir (pouco encorpado, mas cheio de sabor, combina com pizzas; sabores da terra, como cogumelos e trufas);
- Cabernet Sauvignon (carnes vermelhas, não excessivamente passadas; pastas; queijos com sabor forte);
- Syrah (comida picante; grelhados apaladados);
- Castelão (carne assada no forno; comida picante);
- Tinta Roriz (grelhados; carnes vermelhas e vegetais);
- Touriga Nacional (carne de vaca; bife; outros pratos que fiquem bem com o seu normal gosto amadeirado);
- Trincadeira (grelhados).
Esperamos que
as dicas que apresentamos possam ajudar nas suas escolhas e contribuam
para um melhor conhecimento sobre vinho e o seu consumo.
Lembramos que
o seu gosto particular deve prevalecer, mesmo que contrarie as sugestões dos
especialistas e que melhor do que uma adequada combinação de vinho com comida,
é combinar os dois com as pessoas de quem gosta.
À sua saúde
VL
Novembro |
2013
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