Natal
inesperado em Angola
Por razões profissionais, tive necessidade imperiosa de me
deslocar a Angola, num período nada adequado para o efeito: o Natal.
Baía de Luanda |
Dou muita importância aos almoços e jantares que
regularmente faço com amigos, quase sempre com novidades turísticas,
gastronómicas ou vinícolas para experienciarmos em conjunto e a sensação foi de
grande perda.
Mas como o que tem que ser, tem muita força, lá viajei até
Luanda, de onde estou a escrever este post.
Luanda é uma
agradável surpresa
Luanda é uma cidade pujante, em pleno desenvolvimento, povoada
por gruas em tão elevado número que será tarefa, quase impossível, contar.
É claro que existem os graves problemas com o trânsito,
cujos males são atenuados pela iniciativa dos locais que aproveitam os carros
parados para tentarem vender todo o tipo de coisas.
Tudo não, porque não vi ninguém a vender vinho. E se tal acontecesse, o seu consumo não seria decerto recomendável.
Não falta vinho português em Luanda
Como já tinha sido aqui referido pelo JB, existe muito e bom
vinho em Luanda.
Nas minhas primeiras incursões pelo Jumbo, Jofrago, Mega,
Shoprite, Martal e Maxi, tive oportunidade de verificar que as principais
referências portuguesas estão presentes, assim como alguns vinhos da África do
Sul, Argentina e Chile.
O problema poderá ser o preço, porque os valores praticados
em Angola tornam quase impossível adquirir um vinho a menos do dobro do seu
preço em Portugal.
E conhecidos também não faltam
Angola tornou-se o destino de muitos milhares de
portugueses, pelo que não será difícil encontrar-se pessoas amigas que aqui já
estão, porque a necessidade de lutar por um futuro melhor, ou os desafios
profissionais, trouxeram até estas paragens.
Não esperava, no entanto, tão bom acolhimento.
Vinho Tinto Poliphonia |
Foi deles que recebi as dicas sobre onde poderia adquirir
bom vinho e os produtos necessários para a noite de Natal.
Vinho tinto
Poliphonia, para a ceia de Natal
Garantida a normalidade na ementa de Natal, à qual não
faltou o tradicional bacalhau, bem regado de azeite português, pois claro, e
dos tradicionais doces e bolos, passámos à escolha dos vinhos, que recaiu no
tinto Poliphonia Reserva 2010, da Herdade dos Perdigões.
Este vinho, segundo a informação disponibilizada sobre o
Poliphonia, é feito a “partir das castas Alicante Bouschet e Syrah e tem maturação
em carvalho francês (18 meses em barricas novas de carvalho francês seguido de
um ano em garrafa)”.
No entanto, para além de sabermos que se tratava de um excelente
vinho, por a versão de 2008 ter sido considerado o melhor vinho tinto do Concurso Mundial de
Bruxelas, o que nos levou à sua escolha, na ausência de critérios mais
técnicos, foi o saber que o Poliphonia homenageia um anterior proprietário do
Monte dos Perdigões, o compositor Luís de Freitas Branco.
Luís de Freitas Branco |
Aos meus amigos e leitores do blogue, recomendo vivamente
que, se ainda não o fizeram, experimentem o Poliphonia, na certeza de que não
se irão arrepender.
À vossa saúde.
VL
Janeiro | 2014
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