Um fenómeno do Douro
Num fim de semana do ano passado, fui
almoçar com uns amigos a um restaurante no Algarve que tem uma excelente
garrafeira.
Quando observava as prateleiras de vinhos do Douro, chamou-me a
atenção, em particular, uma garrafa. Para além da elegância
do design, surpreendeu-me a graduação: 17 graus!
Confesso que
desconhecia que fosse permitido engarrafar e vender vinho com essa graduação e, ainda, que fosse possível bebê-lo sem subverter todos os sentidos.
Não experimentei esse vinho
ao almoço por razões de segurança. Afinal estava a 250 Km de Lisboa e queria
chegar a casa sem percalços.
Mas a curiosidade
sobrepôs-se ao bom senso e decidi comprar duas (faço aqui uma confidência:
compro sempre 2 garrafas do mesmo vinho. A segunda permite-me confirmar o diagnóstico da
primeira!).
Decidi guardá-las para
beber na noite de Natal. Se a coisa desse para o torto estava a 5 metros da cama …
Partilhei essas
garrafas com o meu cunhado e o meu sobrinho e o resultado foi uma surpresa: o
vinho revelou-se equilibrado, fresco e sedoso, não encontrando os 17 graus.
No que se refere aos
tão temidos efeitos colaterais, também não nos pudemos queixar. Os estragos não
foram superiores aos de Natais anteriores, com vinhos mais meigos. Todos
conseguimos chegar e subir para a cama, dormir que nem uns anjos e levantarmo-nos
no dia seguinte, bem dispostos, a perguntar se havia mais
vinho do mesmo para o almoço. Infelizmente não havia.
Pois este fenómeno está
no mercado como Bafarela 17 Grande Reserva 2008.
Há coisas na vida por que
vale a pena correr riscos.
MF
Agosto | 2013
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