Monday, December 9, 2013

Vinhos do Dão, mais uma excelência da Beira Alta

Cabriz Tinto, Colheita Selecionada 2010

Cabriz Tinto, Colheita Selecionada 2010
Cabriz Tinto, Colheita Selecionada 2010
Mais uma visita ao interior de Angola e apresentaram-nos um excelente vinho português, da Denominação de Origem Controlada do Dão, do produtor Quinta de Cabriz, da Global Wines / Dão Sul: o Cabriz Tinto, Colheita Selecionada 2010.

É um vinho produzido com castas Touriga Nacional, Tinta Roriz e Alfrocheiro, da responsabilidade do enólogo Osvaldo Amado, por sinal, de nacionalidade angolana. Com seis meses de maturação em barricas de carvalho francês, um teor alcoólico de 13%, refere-se nalgumas crónicas dos apreciadores que apresenta um aroma com impacto, boa fruta, juventude e suavidade, terminando “com alguma persistência.”

Sendo sugerido como bom acompanhante de “uma grande variedade de pratos de carne, especialmente grelhados, “carnes vermelhas, caça e queijos” e a ser consumido a uma temperatura entre os 16 e os 18º C, nós tínhamo-lo a acompanhar umas costeletas de cebolada e com uma temperatura que nos soube bastante bem. Se não na recomendada, pelo menos, a não fugir muito dela.

Um ribatejano, um transmontano e um alentejano, bebem um Dão e é proibido falar dos “seus” vinhos. Só se fala de Dão e vale pesquisar.

Dão Sul na vanguarda do setor vitivinícola português

A Global Wine / Dão Sul, iniciou-se com a missão de divulgar os vinhos do Dão, tanto a nível nacional, como internacional. 

Rapidamente alargada para outras regiões vitivinícolas, apresenta-se hoje com várias quintas em produção, entre a Região dos Vinhos Verdes (com a Quinta de Lourosa), o Dão (com a Casa de Santar, Paço dos Cunhas de Santar e Grilos), o Douro (com a Quinta das Tecedeiras e Sá de Baixo), a Bairrada (com a Quinta do Encontro), a Estremadura (com a Martim Joannes Gradil) e o Alentejo (com a Herdade Monte da Cal).

Dessas quintas, para além dos bons queijos, azeites e vinagres de indiscutível qualidade, saem excelentes vinhos, muitos deles premiados e publicamente reconhecidos, tanto a nível nacional como internacional. Muitas têm sido as distinções atribuídas aos vinhos da Global Wines / Dão Sul. Enunciá-las todas, daria um artigo único. Assim, destacamos apenas algumas delas.

“Escolha da Imprensa 2013”, atribuída na feira de novembro, “Encontro com o Vinho e Sabores”, aos Espumantes Condessa de Santar 2010 e Encontro Special Cuvée 2010. A atribuição feita pelo Guia de Compra, de 90 pontos ao Casa de Santar Tinto 2010, edição da prestigiada revista “Wine Spectator”. Medalha Grande Ouro atribuída ao Cabriz Encruzado, Branco 2012. Distinção “Grandes Tintos do Dão”, da revista “Paixão pelo Vinho”, para os Cabriz Four C, DOC Tinto 2009 e Paços dos Cunhas de Santar, Vinha do Contador, DOC tinto 2008. Medalhas de ouro no Concurso Mundial de Bruxelas de 2012 (Cabriz Colheita Seleccionada Branco 2011) e no Concurso Bacchus 2012 (Cabriz Colheita Seleccionada, tinto 2009 e Grilos Tinto 2009). Casa de Santar Reserva Tinto 2007, o Melhor Vinho em Business Class (TAP), 2011.

Do outro lado do Atlântico (no Brasil) a Dão Sul também está presente, num projeto iniciado em 2002, o Vinibrasil, no Vale de S. Francisco, região do sertão nordestino, uma zona de produção de vinho onde predominam as castas Cabernet Sauvignon, Syrah, Touriga Nacional, Tinta Roriz, Tinto Cão, Vinhão, Tanat e Malbec, produzindo-se vinhos de excelente qualidade, de que são exemplos, o “Rio Sol”, o “Paralelo 8” e o “Vinha Maria”.

Com tintos, brancos, rosés e espumantes, para além da especialíssima Bagaceira Cabriz, a Global Wines / Dão Sul, faz honra à missão que lhe está subjacente e exporta os seus vinhos para grande parte da Europa, a América do Norte, América do Sul, Ásia, África e Médio Oriente. Até aqui, no interior de Angola onde, casualmente, nos encontramos agora.

O milenar vinho do Dão

Antes da partida dos portugueses para a conquista de Ceuta, foi servido vinho do Dão nos luxuosos festejos organizados pelo Infante D. Henrique em Viseu.” (Site Infovini).

Região Demarcada do Dão
A região vinícola do Dão, situa-se na Beira Alta, no centro Norte de Portugal. Uma área onde cerca de quase 20.000 hectares de vinhedos se desenvolvem a uma altitude que varia entre os 400 e os 700 metros, abrigada dos ventos pelas serras circundantes do Caramulo, Montemuro, Buçaco e Estrela e onde se produzem vinhos de excelente qualidade.

Como em praticamente todo o mundo, as vinhas da região do Dão eram desenvolvidas na Idade Média pelo clero. Muito gostavam deste tal néctar os monges e os padres!

Em 1908, a região era demarcada (a segunda em Portugal, a seguir à Região Demarcada do Alto Douro). 

Atualmente, com seis sub-regiões (Besteiros, Silgueiros, Castendo, Terras de Senhorim, Terras de Azurara, Alva e Serra da Estrela), apresenta uma grande diversidade de castas, onde predominam, as tintas, Touriga Nacional, Tinta Roriz, Alfrocheiro e Jaen e, as brancas, Encruzado, Bical, Cercial, Malvasia Fina e Verdelho. Os seus tintos são “bem encorpados, aromáticos e podem ganhar bastante complexidade após envelhecimento em garrafa” e os brancos “são bastante aromáticos, frutados e bastante equilibrados”.

Dão, uma região vinícola e gastronómica a visitar

Afamadas, as três rotas definidas do Vinho do Dão, são algo a não perder. 

Rotas do vinho do Dão
Rotas do Vinho do Dão
Uma primeira rota, que abrange Cabanas de Viriato, Carregal do Sal, Mortágua, Santa Comba Dão, Tondela e Viseu, uma segunda que abrange Cabanas de Viriato, Carregal do Sal, Lourosa, Nelas, Santar, Tábua e Viseu e ainda uma terceira que abrange Cepões, Mangualde, Penalva do Castelo, Sátão e Viseu. Uma visita em grande! Como dizia José Saramago, “tudo nestas paragens são grandezas.”

Bom, depois da amena conversa sobre esta região vitivinícola portuguesa, no meio de umas taças do tão saboroso Cabriz Tinto, Colheita Selecionada 2010, um último brinde.

À vossa saúde!

JB

Principais Fontes:
Suplemento do Diário Económico Nº. 5519, 27/09/2012, “Quem é quem nos vinhos em Portugal”.

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