Emparelhar vinho e comida
Já lhe aconteceu um vinho que o tinha impressionado, não lhe
ter agradado tanto numa segunda experiência?

Para tornar as coisas mais fáceis,
vamos afastar as razões emocionais e tentar identificar outras razões para tal
ter sucedido, socorrendo-nos das regras sobre como emparelhar vinho e comida, reforçadas por aquilo que os especialistas dizem sobre o
assunto.
Devemos combinar sabores contrastantes ou complementares?
Os especialistas dividem-se em relação
a este tema. Uns defendem nas suas
combinações propostas complementares, outros defendem propostas contrastantes.
Assim, podemos encomendar vinho que contraste ou que complemente o sabor da comida. Por exemplo, um vinho doce
pode contrastar com o salgado de um pacote de batatas fritas ou pode amaciar o
gosto intenso do queijo.
Admitindo que não tem ideias fixas
em relação a este tema, lembre-se da combinação que seguiu na degustação de um
vinho que lhe tenha agradado, porque caso a tenha alterado poderá ter sido essa
razão para a menos boa experiência.
Que combinações devemos fazer com peixe e com carne?
Uma regra antiga, que todos
conhecemos, é a de que com peixe vão melhor os vinhos brancos e com carne
combinam melhor os vinhos tintos. Em Portugal abria-se uma excepção para o
bacalhau, que tanto podia ser acompanhado por vinho branco ou vinho tinto.
Esta regra será sempre útil para
quem não tenha um conhecimento profundo sobre o tema e pretenda ter voz
activa na escolha do vinho que vai ser feita por si ou por um grupo de amigos.
No entanto, as coisas alteraram-se nos últimos anos e alguns especialistas não seguem as regras rígidas de vinho tinto com carne e
vinho branco com peixe.
Assim, terá que se lembrar de qual
a combinação que fez quando consumiu o vinho que o tinha impressionado e se a
alterou no momento do consumo posterior.
A que temperatura o vinho deve ser servido?
Uma regra antiga e simples de
memorizar é a de que o vinho deve ser consumido à temperatura ambiente do local
onde nos encontramos, assumindo-se que os brancos devem ser consumidos a
temperaturas inferiores às dos tintos.

Também a temperatura do copo pode
influenciar, assim como a duração da refeição, uma vez que o vinho pode ir
aquecendo, naturalmente, no decorrer da mesma.
No entanto, segundo os
especialistas, consumir à temperatura ambiente nem sempre é uma boa referência,
isto porque ao longo do ano as temperaturas ambientes sofrem alterações e porque se pode alterar também
o ponto do mundo onde o vinho está a ser consumido.
Lembra-se da temperatura a que
consumiu o vinho que lhe despertou a atenção pela primeira vez? Caso tenham
existido alterações, poderá ser essa a razão para as diferenças que sentiu nos
consumos seguintes.
Combinação varia com o ponto do globo onde se consome?
Uma regra simples será analisar
como os locais combinam os vinhos com os seus pratos tradicionais e imitar as
suas escolhas, dado que o método de preparação e os molhos são factores
importantes que influenciam o nosso palato.
Recorda-se da região do
mundo onde consumiu o vinho? Poderá ser esta outra das razões para a apreciação
menos favorável nos consumos subsequentes.
Comida leve ou pesada influencia a escolha do vinho?
Um princípio a seguir, em casos
extremos, é que vinhos tintos encorpados vão melhor com as refeições mais
pesadas, enquanto os brancos combinam melhor com comidas mais leves.
Para tornar tudo mais claro, um cozido à portuguesa é uma comida pesada, quando comparada com uma sopa vietnamita, que será considerada
leve.

Lembra-se do tipo de refeição que
combinou com o vinho que o impressionou da primeira vez que foi consumido? Esta
poderá ser mais uma razão para não ter gostado tanto na segunda vez.
Conclusões
Como ficou claro, podem haver diferenças no consumo de um vinho que anteriormente experimentámos, caso não se consigam replicar as exactas condições do consumo anterior.
No entanto, na esmagadora maioria dos casos, um bom vinho será sempre um bom vinho, por muitos erros que se possam cometer na sua degustação.
No entanto, na esmagadora maioria dos casos, um bom vinho será sempre um bom vinho, por muitos erros que se possam cometer na sua degustação.
Uma segunda conclusão, que podemos tirar, é a de que combinação certa de vinho e
comida, especialmente para iniciados na matéria, é uma tarefa difícil, devido à
enorme lista do que se pode e não se pode fazer, aliada ao facto de existir a
ideia de que a transgressão de uma destas regras poder ser ridicularizada pelos
entendidos, nomeadamente pelos especialistas existentes nos restaurantes para
apoio aos clientes.
Mas, honestamente, combinar vinho com comida
não é necessariamente um problema.
É tudo uma questão de preferência pessoal e esta é essencial.
Podem existir combinações famosas
e outras mais populares, mas no fundo, quem está a comer é você e a combinação
tem apenas que ser apelativa para o seu palato.
À sua saúde!
VL
Outubro | 2013
Fontes:
http://visual.ly/pairing-food-and-wine
http://juice.clubw.com/story/pairing-asian-food-wine
http://janderson99.hubpages.com/hub/Wine-Pairing-Methods-Charts-for-Matching-Pairing-Wine-with-Food
http://www.care2.com/greenliving/how-the-hell-do-i-pair-wine-with-food.html
http://www.ragemonthly.com/2012/11/08/wine-%E2%80%A2-food-%E2%80%A2-wine/
http://visual.ly/pairing-food-and-wine
http://juice.clubw.com/story/pairing-asian-food-wine
http://janderson99.hubpages.com/hub/Wine-Pairing-Methods-Charts-for-Matching-Pairing-Wine-with-Food
http://www.care2.com/greenliving/how-the-hell-do-i-pair-wine-with-food.html
http://www.ragemonthly.com/2012/11/08/wine-%E2%80%A2-food-%E2%80%A2-wine/