Monday, October 28, 2013

Vinho português em Angola - Prova de vinhos da Ervideira

Vinhos da Ervideira, a nossa agradável surpresa

Tarde de sábado, 21 de outubro, regresso a casa depois de uma brilhante prova dos vinhos do Morgadio da Calçada (referência que também aqui fizemos). Parámos no Bairro Morro Bento, na área de distribuição alimentar da Maxi.

A Maxi é uma rede de lojas de distribuição alimentar do Grupo Teixeira Duarte, fundada há 17 anos e hoje uma das mais importantes redes de comércio alimentar em Angola, com oito estabelecimentos em Luanda, um em Porto Amboim, um no Sumbe e um no Lobito.

Ao entrar, deparámo-nos com um acontecimento a que já nos habituámos: a degustação e promoção de vinhos Ervideira, do Alentejo.

A prova

Sob a orientação de Duarte Leal da Costa, diretor executivo da Ervideira e um dos seis filhos da Dona Maria Isabel, matriarca da família e responsável pela administração da Casa (as Herdades do Monte da Ribeira e da Herdadinha), 160 ha de excelentes vinhedos, sendo 110 na sub-região da Vidigueira e 50 na sub-região de Reguengos, aí estávamos nós perante mais uma montra de cinco bons vinhos. Chamou-nos a atenção, um vinho produzido exclusivamente para Angola - e Brasil -.

Começámos por provar um Terras D’Ervideira, produzido a partir das castas Aragonez, Trincadeira e Sirah, um tinto jovem que “apresenta uma cor granada intensa, com notas de ameixa, frutos silvestres e especiarias, no aroma”.

De seguida o Lusitano Cabernet Sauvignon. Disse-nos Duarte Leal, um vinho lançado
exclusivamente para responder às perspectivas e necessidades dos mercados angolano e brasileiro. “…Encorpado, de muito boa estrutura (um vinho que enche a boca), cor intensa, mas ao mesmo tempo muito macio. Para tal, a Ervideira deixa atingir um elevado grau de maturação nas uvas (Cabernet Sauvignon), casta bem conhecida por este público consumidor e apreciador, atingindo sempre mais de 14º, o que confere simultaneamente, intensidade, corpo e macieza.”

Um terceiro vinho, o Ervideira Colheita Seleccionada, das castas Trincadeira, Aragonez, Alicante Bouschet, Cabernet Sauvignon e Touriga Nacional. Com estágio em barricas de carvalho francês e americano, apresenta-se “de tons granada, com notas de ameixa, frutos silvestres e especiarias no aroma. Na boca é macio, com uma estrutura notória e elegante que persiste no final.”


Voltámos a outro Lusitano, o Reserva, de castas Aragonez, Tinta Caiada e Alicante Bouschet, um vinho medalhado com prata no China Wine Awards. “Apresenta uma cor granada e aromas de groselhas, ameixas vermelhas e algumas especiarias. É aveludado e com um conjunto equilibrado de acidez e suaves taninos.”

Por último, um Conde D’Ervideira Reserva 2010, das castas Aragonez, Trincadeira, Alicante Bouschet, Cabernet Sauvignon e Touriga Nacional. Como nota de prova “apresenta uma cor granada intensa e aromas de compotas de frutas vermelhas maduras, complexadas pela madeira. Aveludado, mostra uma estrutura interessante, uns taninos redondos e uma acidez correta.”

A distinção nos vinhos Ervideira

A Ervideira apresenta uma boa selecção de tintos, brancos, rosés e espumantes, com assinatura do Engº. Nelson Rolo, um jovem distinguido pela “Gala Online Prémios W 2011” com o prémio do “Melhor Jovem Enólogo” de Portugal. Gala apresentada pelo reconhecido crítico de vinhos, Aníbal Coutinho, onde são contemplados as melhores regiões, restaurantes, vinhos, produtores e enólogos.

Localizada muito próximo a Reguengos de Monsaraz, no Alentejo, a Ervideira é um nome reconhecido internacionalmente, com excelentes vinhos e muitas vezes premiada. O vinho branco Conde D’Ervideira, com origem na produção familiar  de gerações alentejanas, acaba de ganhar a Medalha de Ouro e o Prémio de Excelência, tendo sido considerado o melhor vinho branco alentejano, no concurso “Os Melhores Vinhos do Alentejo”, entre grandes ícones da região.

É uma marca que tem vindo a ser continuamente distinguida, pela imprensa, pela Confraria dos Enófilos do Alentejo, pela Revista dos Vinhos, para além de outras distinções em diversos concursos internacionais,
 
Vida longa, para boas provas de vinho…


Um grande sábado vinícola, duas provas num mesmo dia. Desta vez, o fígado foi um pouco castigado. Mas algo nos serenou um pouco esta convicção. Já um outro dia, num comentário a um artigo neste blog, com assinatura “VL”, “Bom vinho, em terra de boa água”, fiz uma referência a um texto retirado dum livro de Tony Buzan (2007), sobre os benefícios do vinho tinto, devidos a um componente designado “resveratrol”.

Ainda com referência ao mesmo livro, uma divagação sobre a esperança de vida.

Rezam as estatísticas que “na década de 1900, 99 em cada 100 pessoas morriam antes de terem atingido os 60 anos.” “Hoje (…) a maioria de nós pode esperar viver até aos 90 anos ou mais”: Cientistas a desenvolver “investigações extraordinárias na área do envelhecimento” “acreditam que, em breve, poderemos esperar viver muito para além dos 80 a 90 anos”, alguns deles pensam mesmo que “estamos perto de atingir o momento em que seremos capazes de aumentar consideravelmente a duração das nossas vidas até às centenas de anos.”

Na base destas investigações estão os sucessos da criação de órgãos “a partir de células do organismo dessas mesmas pessoas”, já feito com sucesso para a bexiga e agora a fazer-se para mais 23 outros orgãos principais, de entre o “fígado, o baço e o coração.” Acreditam eles que o sucesso da reprodução dos principais órgãos do corpo, pode-nos permitir “viver até para além dos 350 anos!” Dúvidas? Está na página 148.

Bom, com mais, pelo menos, um fígado novo, e mais os tais trezentos e tal anos, ainda há esperança para provarmos muitos bons vinhos. Eles que não faltem!

Um brinde ao Ervideira!

JB

Outubro | 2013

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