Aqui, Belas, é um município da província de Luanda onde, há pouco mais de sete anos, nasceu Luanda Sul - Talatona. Uma área hoje já bastante desenvolvida, que se destaca pela existência de vários condomínios residenciais, destinados ao segmento alto e médio/alto, por um comércio em ascensão e pelo surgimento de empresas do setor de comunicações e novas tecnologias, para além de uma forte sociedade financeira em instalação. Belas tem boas residências, bons hotéis (o Hotel de Convenções de Talatona é um dos três de cinco estrelas da cidade de Luanda), infraestruturas adequadas, boa qualidade de vida.

Em setembro, o Gourmet de Belas iniciou um ciclo regular de provas de vinhos, No passado sábado, dia 28, teve lugar mais uma, esta sob o lema “Vinhos do Telmo Rodriguez”.
Quem é Telmo Rodriguez?
“Telmo Rodriguez é um nome grande na enologia espanhola onde é considerado um enfant terrible por defender posições diferentes das dominantes e por desenvolver novas abordagens ao modo de fazer vinho.” O produtor Dirk Niepoort, por alguns considerado “uma das personalidades mais inovadoras e conhecedoras de vinho em todo o mundo”, disse a certa altura “… Não tenho dúvidas que sem o Telmo, os vinhos Niepoort não seriam o que hoje são. Com o Telmo aprendemos, o Luís (o Seabra e enólogo da casa à época) e eu, a procura da pureza. Aprendemos, ou finalmente percebemos, que como quase tudo na vida; menos é mais…”.

Em 1994, com o intuito de fazer os “seus vinhos” funda, com Pablo Eguzkiza, seu colega de curso a Compañía de Vinos de La Granja, atual Compañía de Vinos Telmo Rodriguez, e desde o início com o objetivo de trabalhar com castas locais, independentemente da região onde fazem os vinhos. “Recuperar velhas vinhas de regiões que estão há muito fora de moda acaba por ser uma consequência natural. É exemplo disto, o moscatel doce Molino Real de Málaga ou o Pégaso (…) de Cebreros.”
As regiões vinícolas
Estiveram em prova vinhos das regiões de Castilla Y León, Rioja e Ribera del Duero. Numa zona de inúmeros rios, Castilla Y León, onde a casta Tempranilo (também conhecida por Tinta del Pais, Tinto de Toro, Tinto Fino, Aragonês, Tinta Roriz, etc.) está na base de quase todos os grandes vinhos, tem no vale do famoso Duero (o nosso Douro), as melhores áreas de vinha da região e produz alguns dos vinhos mais respeitados de Espanha, principalmente os da Ribera del Duero, Toro, Rueda e áreas de Bierzo, estas já mais no extremo noroeste da região.
Ribera del Duero é uma importante área produtora de vinho na região, com muita reputação internacional graças à alta qualidade dos seus vinhos tintos.
Rioja (nome derivado do “rio Ojas”, um pequeno afluente do rio Ebro) é considerada a principal região vinícola de Espanha, ao norte do país, com predominância dos vinhos tintos. A maior parte da região vinícola situa-se na província de La Rioja, com pequenas partes estendendo-se para o país Basco a noroeste e para Navarra a nordeste.
Os vinhos em prova
Cerca de 15 provadores e amantes da cultura e arte do vinho, tiveram a oportunidade de experimentar sete grandes vinhos tintos, da Compañia de Vinos Telmo Rodriguez. O Gazur 2010, o M2 de Matallana 2008 e o Matallana de 2006, todos da Ribera Del Duero e da casta Temprannilo; o Pago La Jara 2008, de Toro, das castas Tinta de Toro e Albillo. Da região de Castilla Y León, o Pegaso Granito 2008, da casta Garnacha. Da região de Rioja, o Lanzaga 2008 e o Altos Lanzaga 2007, ambos das castas Tempranillo, Graciano and Garnacha.
A minha escolha

Para acompanhar uma caldeirada de cabrito e, como entrada, um chouriço de porco preto do Alentejo (também do Gourmet), levei este vinho da Ribera del Duero e da casta Tempranillo. Diz no contra-rótulo: “Este vinho tenta mostrar um lado mais suave e abordável do estilo de vinho desta parte do vale do Douro, onde a variedade Tinto Fino tem sido plantada ao longo de séculos.
Desde 1994 que Telmo Rodriguez e Pablo Eguzkiza têm trabalhado em alguns dos mais excitantes locais de Espanha. O seu trabalho centra-se na descoberta de vinhas com microclimas particulares e em colaboração com produtores locais de uva obter vinhos que possam ajudar essas regiões a sobreviver."
Provem e depois falamos… Por mim, estou pronto para partir até ao Vale del Duero.
JB
Outubro | 2013
Nota: Um especial agradecimento ao Hildérico Coutinho, pelas informações gentilmente cedidas sobre o enólogo e as regiões vinícolas.
No comments:
Post a Comment