Wednesday, September 25, 2013

Uma surpresa da Bairrada

Alargar horizontes na escolha de vinhos

Sou um apreciador e consumidor de vinho  limitado nos conhecimentos e  nas escolhas mas com uma curiosidade enorme em conhecer novas opções e sem medo de arriscar em novas experiências, tendo, por isso, já  apanhado algumas decepções mas, em contrapartida, alargado os meus horizontes nessa matéria.

Até há poucos anos o meu universo fixava-se quase em exclusivo nos vinhos do Alentejo e Douro. Por curiosidade, fui experimentando vinhos do Dão, do Ribatejo e Sado, concluindo pela excelência de muitos vinhos destas regiões e hoje não tenho nenhuma reserva em relação aos mesmos.

Vinho da Bairrada não é só "frisante"

Uma das regiões que menos tenho visitado nas minhas experiências de degustação é a Bairrada. Associo sempre essa região ao vinho “frisante”, servido para acompanhamento do melhor leitão do mundo, pelo que nas cartas de vinhos apresentadas nos restaurantes passo sempre à frente na página relativa aos vinhos da Bairrada.
Num almoço de amigos realizada há poucos dias num restaurante de Lisboa quando chegou o momento de escolha do vinho (tarefa que   simpaticamente me foi endereçada) fui confrontado com uma carta em que os preços dos vinhos que normalmente bebemos se apresentavam demasiado elevados para a ocasião e para o orçamento dos presentes.

Vinho da casa, escolha anormal

Em desespero olhei para o “vinho da casa” com um preço anormalmente baixo para o tipo de restaurante (7,5€/garrafa), totalmente desconhecido para mim e, mais grave, da Bairrada!
Perante a minha hesitação um dos convivas encorajou-me, referindo que já aí havia bebido esse vinho e que gostara.
Perante este encorajamento, decidi arriscar e um pouco aliviado porque se o vinho não servisse a perda também não seria grande. Tinha, aliás, já decidido o que escolhia a seguir na provável hipótese  de o vinho não reunir os requisitos mínimos para acompanhar a divinal alheira de caça com grelos por que a maioria de nós havia optado.

Vinho do Putto tinto, uma surpresa.

Para surpresa minha, o vinho foi aprovado com boa nota, revelando-se  suave, encorpado qb, fresco e com agradáveis notas de fruta madura.  Todos ficámos agradados com o vinho e com o preço. E eu, adicionalmente, aliviado por ter superado com sucesso a prova da escolha.
Aqui vai então a informação sobre esse vinho.
Tratou-se do Vinha do Putto tinto, feito com castas variáveis em cada ano,  incluindo, entre outras : touriga nacional, sirah, tinta roriz, trincadeira da Bairrada, cabernet sauvignon, pinot noir e merlot.
É produzido pela Adega Campo Largo, Quinta de São Mateus, em Anadia.
Este vinho merece o lugar na nossa galeria de experiências por o considerar um dos vinhos com melhor relação preço/qualidade que tenho bebido nos últimos tempos.
Costumo dizer que o difícil  em Portugal não é escolher bons vinhos. O difícil é escolher bons vinhos e baratos.
Fica aqui o meu contributo.
MF
Setembro | 2013

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