Tuesday, September 17, 2013

Visita a Lojas de Vinho para descontrair

Descoberta de bons vinhos

A visita a livrarias ou lojas de vinho é um processo que faz parte da minha rotina e que não visa diretamente a compra, mas sim obrigar-me a pensar noutros assuntos e desviar-me um pouco da pressão dos temas profissionais.

Há uns anos atrás, após refeição ligeira e para não regressar de imediato ao gabinete de trabalho, aceitei o convite de um amigo para ir a uma loja de vinhos que se situava próximo do local onde então trabalhava.

Existia entre os donos do estabelecimento e esse meu amigo uma relação de amizade, alimentada por muitos almoços e jantares, onde a experimentação de vinhos era sempre o ponto mais alto.

Tratava-se de um casal que se revezava à frente do estabelecimento, pelo que umas vezes era o marido que estava presente e outras a mulher, sendo que dessa vez quem estava de serviço era a senhora.

O processo tinha um ritual: algumas perguntas sobre as novidades, visita às promoções para ver se existiam boas oportunidades de compra e por último uma passagem por todas as prateleiras.

Syrah 2008 Reserva, sugestão acertada


A sugestão desse dia foi o Syrah 2008 Reserva, produzido e engarrafado na Herdade dos Outeiros Altos, que estava a excelente preço e que tinha acabado de ganhar a medalha de ouro do Syrah du Monde, 2011. Possuo ainda em casa um das seis garrafas que então adquiri, para abrir quando me visitarem amigos meus, apreciadores dessa casta.

Vinho Sexy, foi a surpresa

Mas o que então prendeu a nossa atenção, foi um vinho que exibia no seu rótulo a palavra Sexy e que nós estávamos a ver pela primeira vez (o vinho já existia há uns anos e é produzido pela FitaPreta). 

Entre os dois comentámos que não era um nome muito adequado para vinho, dado estarmos habituados às designações mais tradicionais dos vinhos portugueses e o rótulo rosa vivo também não nos convenceu.

Percebendo a nossa hesitação, a dona da loja, tal como qualquer bom vendedor marroquino e sem que lhe tivéssemos feito qualquer pergunta, disparou que o podíamos levar porque era um excelente vinho.

Mais confiantes, lá analisámos o rótulo e convencidos pelo parecer da dona do estabelecimento, decidimos levar umas garrafas para experimentar.

Como me lembrei que tinha no fim de semana seguinte o aniversário de um amigo, mandei logo embrulhar uma, para servir de prenda e para me divertir com a reação dele à designação do vinho.

A prenda produziu o efeito que esperava no meu amigo, ao ponto de não querer abrir a garrafa porque a queria ter em lugar de destaque da sua garrafeira.

A garrafa que me restou foi consumida mais tarde, com agrado geral, num almoço de amigos, confirmando a opinião da dona da loja de que tratava de um bom vinho. 

A combinação de Touriga Nacional (40%), Syrah (25%), Aragonez (25%) e Cabernet Sauvignon (10%), castas nacionais e francesas, resultou num vinho de aroma muito agradável e que ligou muito bem com a carne assada, também ela divinal, que consumimos nessa refeição.

Uma vez mais se confirmou que nos vinhos, como em tudo na vida, não são os rótulos que contam, mas a qualidade do produto. Mas se calhar se não fosse o rótulo ...

VL

Setembro | 2013

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